Quando escrevemos textos acadêmico-científicos (TCC, artigo para periódico, dissertação de mestrado, tese de doutorado, etc.), nos deparamos com “Revisão de Literatura”, “Revisão Bibliográfica”, “Referencial Teórico”, enfim, nomes que muitas vezes confundem, sendo sinônimos em alguns casos e em outros não.
O que é, quais são os ‘tipos’ de Revisão de Literatura, sua(s) finalidade(s) e método(s) específico(s)?
São três principais: Narrativa, Integrativa e Sistemática
SUMÁRIO
● 1. O que é Revisão de Literatura e qual sua importância
○ 1.1 Funções
● 2. Tipos de Revisão
○ 2.1 Narrativa
○ 2.2 Sistemática
○ 2.3 Integrativa e suas etapas
● 3. Conclusão
● Referências
1. Qual a importância da Revisão de Literatura?
“Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes” Isaac Newton em Carta Robert Hooke, 5 de Fevereiro de 1676.
Quando realizamos uma pesquisa, é importante ter em mente que só chegamos tão longe em matéria de ciência porque o conhecimento tem como característica ser cumulativo e podemos, principalmente a partir da invenção da imprensa, divulgar e ampliar as descobertas.
Não é preciso inventar a roda a cada dia, algo como se vivêssemos no Dia da Marmota, do filme “Feitiço do Tempo” com Bill Murray (aliás, indico!).
Assim, como disse Confúcio, é preciso saber o que já se sabe o e o que não se sabe... isso é fazer ciência.
As Revisões de Literatura nada mais são que a pesquisa do que já se publicou sobre determinada área do conhecimento, determinado tema específico, para que se possa ampliar tal saber.
Assim como Newton, é apoiar-se nos gigantes que pesquisaram e publicaram para olhar mais longe, encontrar o seu lugar no campo, estabelecer-se no nicho.
“Por meio da Revisão de Literatura, reportamos e avaliamos o conhecimento produzido em pesquisas prévias, destacando conceitos, procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes para o trabalho”.(MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p. 91)
1.1 Funções
Utilizar, reconhecer e dar crédito;
Ser parte de uma cultura disciplinar;
Legitimar um campo e abri-lo ao novo;
Legitimar os próprios dizeres.
2. Tipos de Revisão
São três principais: Narrativa, Integrativa e Sistemática.
2.1 Revisão Narrativa
É adequada para a fundamentação teórica de artigos, dissertações, teses, trabalhos de conclusão de cursos. É a mais comum nas introduções de pesquisas, em que se buscam autores referência sobre a temática e assuntos relacionados. Principais características:
não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura;
não precisa esgotar as fontes de informações;
não aplica estratégias de busca sofisticadas e exaustivas;
a seleção dos estudos e a interpretação das informações podem estar sujeitas à subjetividade dos autores.
2.2 Revisão Sistemática
Indicada para tomada de decisão na prática clínica ou na gestão pública, é quando diante de um tema como “qual melhor medicamento para determinado caso?” busca-se a informação. Principais características:
é um tipo de investigação científica;
testa hipóteses;
tem como objetivo levantar, reunir, avaliar criticamente a metodologia da pesquisa e sintetizar os resultados de diversos estudos primários;
busca responder a uma pergunta de pesquisa claramente formulada.
2.3 Revisão Integrativa e suas etapas
Utilizada para justificar determinadas abordagens em pesquisas científicas. Principais características:
Identificação do tema/hipótese
Critérios de inclusão e exclusão
Seleção/categorização dos estudos
Análise das informações
Discussão/interpretação dos dados
3. Conclusão
Os trabalhos científicos sérios devem realizar Revisão de Literatura rigorosa e adequada às suas finalidades, pois só assim ganham legitimidade e, de fato, colaboram para ampliar o conhecimento em uma área/temática.
Se você tem dificuldades para desenvolver seu texto de pesquisa e empreender revisões desse tipo, entre em contato conosco!
Referências
AQUINO, I. de S. Como escrever artigos científicos: sem arrodeio e sem medo da ABNT. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
BECKER, H. S. Truques da escrita: para começar e terminar teses, livros e artigos. 1 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.
ECO, H. Como se faz uma tese. 23 ed. São Paulo: Perspectiva, 2010.
MEDERIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. R. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola editorial, 2010.
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