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O texto científico: diálogo mágico!

Foto do escritor: Prof. Enio J. P. SoaresProf. Enio J. P. Soares

Os textos acadêmicos devem ter uma base de diálogo entre o que já se disse em uma área e aquilo que você traz de contribuição. Seus comentários, concordâncias, discordâncias, ressalvas e ampliações. Assim se constrói autoria! #textoacademico #textocientifico #autoria #pesquisa #artigocientifico #escrita


They Say, I Say - The moves that matter in academic writing


They Say, I Say: um clássico sobre escrita acadêmica

Este livro de Gerald Braff e Cathy Birkenstein é um clássico sempre atual sobre a escrita científica e argumentativa. Além de trazer de forma bastante acessível e em linguagem simples suas bases teóricas, oferece templates que auxiliam a sair da encruzilhada da escrita.


Segundo Graff e Birkenstein (2010), um texto argumentativo, acadêmico ou não, segue uma base dialogal que lhe confere legitimidade a partir da mobilização daquilo que já foi dito sobre um assunto ou em uma área do saber e aquilo que seu(s) autor(es) apresenta(m) como contribuição, seja para corroborar, negar, acrescentar ou fazer ressalvas.



Eles dizem “x”, eu digo “sim-x” / “não-x” / “x+y ou z, etc.” / “x, mas...”.


Costurando Ideias


Corriqueiramente deparo com trabalhos semelhantes à “manta de retalhos” de que Pinto (2017) fala para ilustrar escritas que sobre(põem), “juntam” trechos e recortes de referências, sem articulação, sem diálogos, parcamente ‘cerzidas’.


É preciso, além de apresentar fontes bibliográficas e teorias com as quais concordamos e dão força ao nosso estudo, confrontar ideias discordantes, enxergar fraquezas e colocar as ideias dos autores e pesquisas para conversar.


Gosto de colocar a metáfora da mágica da escrita, da costura que confere a ilusão de unidade ao texto.


Uma tática produtiva: 3 + 1


Eu gosto de trabalhar com os autores que buscam consultoria para produção de texto uma tática bem simples e produtiva, que pode e deve ser aos poucos superada, mas que ajuda a começar a costurar as ideias, a encontrar um "lugar para si".


É o planejamento de estrutura 3 + 1 para desenvolver um tópico (Sobre planejamento falei neste texto).


Simples: 3 parágrafos que apresentam ideias de outros autores (They Say) + 1 em que EU comento sobre tais ideias e me posiciono (I Say).

Esse "LEGO" argumentativo pode ser pensado de várias formas, por exemplo:


Configuração A:

1 - Ideias de X sobre o tema - pontos fortes e/ou fracos

2 - Ideias de Y sore o tema - pontos fortes e/ou fracos

3 - Pesquisas que já investigaram o tema

+

1 - O que minha pesquisa traz de novo e com quais ideias por base?


Configuração B:

1 - A importância do tema no contexto ou área do saber

2 - O que a teoria X fala sobre?

3 - O que a teoria Y fala sobre?

+

1 - Com qual eu concordo e por quê? Que ressalvas eu faço?


Concluindo...


Estas são dicas e táticas para que você saia da encruzilhada da escrita, com o tempo supera-se a estrutura e o diálogo vai se naturalizando, você encontra seu estilo, monta castelos complexos, faz mágicas mais elaboradas. Aliás, a(o) melhor bordadeira(o) começou juntando retalhos; grandes mágicos deixaram retalhos cair.


Para procurar nossa ajuda: www.teartextual.com.br


Referências:

Graff, G., & Birkenstein, C. (2010). They say, I say: the moves that matter in academic writing (2nd Ed.). New York: W. W. Norton & Company.


Pinto, M. G. L. C. (2017). Da “manta de retalhos” ao “tapete de arraiolos”: transformação de tecedura também aplicável à escrita académica. Atas do V SIMELP – Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa(pp. 4353-4356). Università del Salento.

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